segunda-feira, 30 de novembro de 2009

I don´t speak "Brazilian", but I speak Rock n´Roll!


O Show do Ano!!!
Vou narrar em rítmo de jogo de futebol na radio a.m.:
Morumbi lotado de fãs de todas as idades, jovens, tiozões e até crianças com os pais. Milhares de  chifrinhos vermelhos que ao apagarem-se os holofotes da platéia piscavam, juntamente com os flashes das máquinas fotográficas. Pontualidade "australiana" para começar o espetáculo. Uma enorme locomotiva no palco para a música de abertura - Rock N Roll Train - a melhor do último álbum. Um simpático Brian Johnson saudando a galera "e aí, São Paulo", "I don´t speak ´Brazilian´, but I speak Rock n´Roll!", e depois se penduarando num sino gigante em Hell´s Bells. Uma multidão cantando e pulando em Back in Black. Uma boneca inflável gigante com seios enormes e tatuados. Strip-tease do animadíssimo Angus Young que levou a galera ao delírio ao motrar sua cueca do AC/DC. Um solo de guitarra seguido de um "obrigado". Highway to Hell no bis levando a multidão à loucura. Tiros de canhão. Fogos de artifício. The End.
Só faltou Jailbreak, Who made who, e It´s a long way to the top... Fica pra próxima, se houver próxima!


Luizão na multidão

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Põe magnetismo nisto!

Já tinha ouvido falar várias vezes sobre o Magnetismo de Machu Picchu, mas nada como sentir na pele. Havia mais de um ano que eu estava planejando de ir ao Peru, já tinha praticamente decorado o guia. Quando finalmente tivemos uma brechinha, fizemos uma viagem rápida porém inesquecível. Talvez a melhor da minha vida!
A viagem começou em Lima, uma capital vibrante, como a maioria das metrópoles latinas que conheço. Segundo os limenhos, o tempo lá geralmente é encoberto, deixando a cidade um pouco cinzenta. Há vários indícios de que a cidade está se modernizando, principalmente pela quantidade de obras do governo. A razão disso deve ser porque Lima cediará os jogos Pan-Americanos em 2015. O bairro mais conhecido de Lima com certeza é Miraflores, mas gostei muito e recomendo uma visita ao Barranco, principalmente a noite. Há diversos bares e restaurantes e um mirante com uma vista magnífica do Pacífico.
O próximo destino foi Cusco. A cidade foi fundada pelos Incas, destruída e reconstruída pelos Espanhóis. Há vários sítios arqueológicos que merecem uma visita na região, e a cidade em si é sempre repleta de turistas do mundo inteiro. As ruas e praças estão sempre cheias e há uma diversidade enorme de bares e restaurantes.
A minha impressão com relação aos Peruanos é de um povo extremamente gentil e cortês, salvo quando estão ao volante. Neste caso, são piores e menos educados que os brasileiros.
De Cusco pegamos um trem até Águas Calientes ou "Machu Picchu Pueblo" que é uma vilinha que fica na base da montanha que se sobe para chegar à Machu Picchu. No primeiro dia subimos de ônibus e fizemos uma visita guiada na cidade inca. É indiscrítível a sensação que senti ao chegar no primeiro mirante no alto do morro já dentro do parque, de onde se tem a vista que sempre vemos em fotos (essa vista da foto acima). Eu me arrepiei inteira e meus olhos se encheram de lágrimas. Inexplicável.
Após passar o dia inteiro conhecendo e explorando as ruínas, voltamos à vila. Não havia luz há quase 12 horas, e a medida que foi escurecendo, a cidade foi ficando toda à luz de velas. Só se via pequenas chamas e lanternas nas cabeças dos gringos. Nem faróis, pois lá não entram carros. Foi super diferente! Fomos pra cama cedo, pois no dia seguinte acordaríamos as 3:30 da manhã, para subir novamente a pé a fim de chegar no parque antes do primeiro ônibus. Isso tudo porque queríamos estar entre as 400 pessoas que conseguem pegar uma senha pra subir a Wayana Picchu (só sobem 400 pessoas por dia).
3:30 da manhã, começamos a caminhada. A cidade ainda estava na escuridão, a energia não havia voltado. Levamos pizza da noite anterior para comer de café da manhã no meio do caminho. Foi também um dia único: a caminhada na madrugada, o esforço físico logo cedo, ir encontrando pessoas do mundo todo com suas lanternas no meio do caminho... Fomos uns dos primeiros a chegar na portaria do parque, e a fila só foi crescendo, até as portas se abrirem as 6 da manhã. Acreditem, pegamos as senhas 1 e 2 para a subida das 7 da manhã (os franceses que estavam na nossa frente optaram pela subida das 10)! Entramos na cidade inca praticamente deserta, e vimos o sol nascer. Fiz um pouco de yoga, e as 7 em ponto recomeçamos a subida, desta vez até o topo de Wayana Pichhu (essa montanha que se vê na foto). O visual mais lindo que já vi na minha vida. Uma paisagem simplesmente indescritível. No topo há pouco espaço, pois a montanha é bem aguda, e lá os turistas disputam o melhor ponto para uma foto.
Até hoje eu não consigo acreditar que eu fui a esse lugar! Parece mesmo um sonho!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Hemingway e os gatos de seis dedos

Na década de 1930 o escritor americano Ernest Hemingway viveu na Ilha de Key West no sul da Florida. Ele descreve o lugar assim: "It’s the best place I’ve ever been anytime, anywhere, flowers, tamarind trees, guava trees, coconut palms..."

De fato é um lugar maravilhoso, e quem estiver de visita à Florida deveria deixar de pensar em parques e compras por alguns dias e ir até lá. A beleza começa pela estrada, a US 1, da qual se vê o mar dos dois lados na maioria do percurso. A cidadezinha é agradável e calma, refúgio de muitos aposentados, mas também conta com vida noturna e é muito querida pelos gays. Não há prédios, as construções são de estilo colonial e muito bem conservadas. Há um grande porto, e um pôr do sol espetacular e animadíssimo (famoso no mundo todo e um dos mais bonitos que já vi, com aplausos e tudo mais). O ideal é alugar bicicletas e conhecer a ilha toda sobre duas rodas. Os taxis são cor-de-rosa!
Uma atração interessante é conhecer a casa onde Hemingway viveu, que hoje é um museu. Os guias da casa-museu são verdadeiros sósias do escritor. Na época que viveu lá, Hemingway ganhou um gatinho de presente e este gatinho tinha 6 dedinhos na pata da frente ao invés de 5. Como admirador de gatos, Hemingway teve aproximadamente 50 deles vivendo na casa durante o período que esteve lá. Hoje em dia, os descendentes do gatinho com "polidactilia" ainda vivem na casa, dormindo nos cômodos e perambulando entre turistas. Muitos deles ainda carregam o gene e possuem dedinhos a mais (sinal de boa sorte, como diziam na época de Hemingway). A fama de amante de gatos rendeu a Hemingway um lindo presente de seu amigo Picasso: uma escultura de gato em madeira, lindíssima. Se não me engano, a que está exposta na casa é réplica por motivos de segurança.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

The Thirties are the new Twenties!

Na verdade hoje eu faço 31 com espírito de "Forever 21". Se os trinta são os novos vinte, 31 então são 21!

Há algumas frases em inglês que de repente entram na moda. Escutei essa pela primeira vez quando tinha 29, em alguma série. É claro que eu adorei! Depois escutei em algum filme, vi em algum lugar da internet, e é claro, comecei eu mesma a divulgá-la por aqui "Os 30 são os novos 20!" Quando fiz 30 foi a frase que mais usei.

Acho que faz sentido, pois com 30 e poucos me vejo fazendo muitas coisas que antigamente eram adequadas apenas a pessoas de 20 e poucos.

Não tive medo de me tornar uma Balzaquiana, até que foi legal! Espero curtir muito bem esta década da minha vida e entrar muito bem e segura nos 40, que obviamente, são os novos 30!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Roma e seus provérbios

A imponente e magnífica cidade de Roma foi a primeira cidade que conheci na Europa. A metrópole é um grande caos organizado, um encontro harmônico entre o velho e o novo. Algumas impressões sobre a cidade e os romanos:

- A maioria dos romanos não fala inglês, mas se esforça muito para ajudar e dar informações (como os brasileiros);
- Numa avenida movimentadíssima, onde os carros passam em alta velocidade, basta você pisar na faixa de pedestres que os carros param (diferente dos brasileiros);
- Os romanos não cedem o lugar no transporte público para os velhinhos, fizemos isso lá e a senhora ficou meia hora agradecendo "Grazie! Grazie mille!" (acho que os brasileiros cedem o lugar);
- Os italianos reconhecem as brasileiras de longe, mesmo sem nos ouvir falar português, de longe eles gritam "Ciau Brasiliani" (os descendentes dos "gladiadores" são agora os grandes "galanteadores");
- A pizza italiana nada tem a ver com as nossas (frango com catupiry? o que é isso?) e as massas deles não vem nadando em molho.

Como todos sabem, Roma tem uma história de glória e grandeza que a coloca como personágem principal de vários provérbios:

Roma não se fez em um dia (Rome wasn´t build in a day) - Significa, tenha paciência!

Em Roma, faça como os romanos (When in Rome, do as the Romans do) - Siga as tradições locais.

Todos os caminhos levam à Roma (All roads lead to Rome) - Várias interpretações, gosto destas: Há mais de um modo de chegar-se a um objtivo, mas todos eles são válidos. Ou: Em determinadas situações todas as respostas levam ao mesmo resultado... mais ou menos como se todas as suas tentativas acabassem no mesmo objetivo.

Quem tem boca vai a Roma (Preguntando se llega a Roma) - Este é controverso... Desconheço se existe em inglês, mas em espanhol existe. Há pessoas que dizem que não é "vai a" e sim "vaia" do verbo "vaiar". Estas pessoas explicam até a etimologia (Na época de Roma, todos os que queriam demonstrar descontentamento com o governo romano só podiam VAIAR... Ou seja, quem não gosta, arruma um jeito de mostrar que não gostou...) mas eu discordo. Acho que é "vai a" sim, porque se não não faria sentido em espanhol. Acredito que o significado principal é que buscando, perguntando, agindo, você chega ao seu objetivo.

De qualquer forma, um dia voltarei à Roma, pois além de eu ter boca, todos os caminhos levam à ela. Não sei bem quando, pois Roma não se fez em um dia, mas tenho certeza que quando lá estiver, farei como os romanos. Como tenho certeza disto? Simples! Joguei uma moedinha de costas na Fontana di Trevi, e segundo a lenda, quem faz isso há de retornar à Roma.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Carminha e a erva da sinceridade


Tenho um grupo de amigas muito peculiar. Não somos amigas de infância, nem de faculdade, nem de trabalho. Somos as amigas da ginástica. Há no grupo mulheres casadas, solteiras e divorciadas de várias faixas etárias e gerações. Não temos quase nada em comum a não ser gostar de fazer ginástica, trocar livros e nos reunir para tomar café (ou cerveja, ou vinho, ou wiskey, ou vodka...) e dar boas risadas. Somos amigas há mais ou menos 5 anos. Não é um grupo fechado, pois todas que querem aderir ao grupo e fazer parte dele podem entrar, mas as "fixas" são mais ou menos 6 ou 7. Vou falar mais delas neste blog, mas hoje vou falar especialmente da Carminha, a a nossa "mommy" como diz a Lili. Ela é a mais calma, dócil e sábia do grupo e a mais experiente também.
Quando alguém do grupo faz aniversário, as demais sempre organizam a festa: se encarregam da localização, do cardápio, da música, etc. Desta vez, a aniversariante (que acabara de se tornar avó) fez algumas exigências. Fez questão que a festa fosse na casa da Lili (pois ela daria um jeito de "sumir" com o marido e os filhos e deixar a casa só para nós) e uma outra exigência que foi mais bizarra. Apesar de ter vivido sua juventude no final dos anos sessenta e anos setenta, ela não aproveitou a onda hippie. Então no dia da sua festa ela fez questão de satisfazer uma antiga vontade, e pediu para as amigas cuidarem de tudo. A Aninha, que é uma esposa dedicada e excelente mãe de dois menininhos (embora com alguns resquícios de juventude louca), assumiu a responsabilidade e disse "Deixem comigo!". No dia da festa, o sonho de Carminha foi realizado, e ela experimentou a tal erva. A primeira vista nada aconteceu, nenhum efeito visível (e não foi por falta de tragar pois a Carminha é fumante). No decorrer da festa, notamos algumas coisinhas estranhas. Aquela lady que sempre fala baixo e é incapaz de criticar qualquer ser humano começou a dizer algumas sinceridades bem atípicas. Primeiro reclamou do vinho: "Quem comprou essa porcaria de vinho barato pro meu aniversário?" - coisa que todas queriam ter dito mas não disseram para não magoar a responsável pelas bebidas. Depois rosnou para a mais novinha do grupo que estava tampando a sua visão do jogo de Twister: "Sai da frente! Não vê que está atrapalhando minha visão?". Depois criticou o Vol au vent que uma das amigas tinha levado: "Que negócio mais melecado!". Por fim, chamou a Aninha de "gordinha" após ter sido chamada de "surdinha".
No dia seguinte, embora ela soubesse de tudo o que havia falado, ela não conseguia acreditar em como ela tinha sido capaz de dizer tais coisas, tão sinceras!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Rio de Janeiro continua lindo

Com exceção dos cariocas, os brasileiros tem um péssimo hábito de falar mal do Rio... De fato a violência urbana infelizmente faz parte do cotidiano dos cariocas (assim como faz parte do cotidiano de TODOS os brasileiros), mas a cidade é de fato maravilhosa, e o Rio de Janeiro continua lindo!
Bendito Discovery Travel & Living! Eu estava domingo, ultra entediada em casa, o dia inteiro fazendo absolutamente nada. Estava tentando ver televisão com o controle na mão para ver se encontrava alguma coisa interessante, quando parei neste canal. Era daqueles programas que eles avaliam hoteis pelo mundo. Os apresentadores estavam em um lugar maravilhoso, e eu pensei "que lugar lindo, será que é o Rio?" e era. Não vi o programa inteiro, mas a parte que eu vi eles tinham acabado de sair de um hotel chiquérrimo com uma paisagem maravilhosa e foram avaliar outro hotel em Santa Teresa. Eu, com minha santa ignorância nunca tinha ouvido falar neste lugar, mas fiquei louca para conhecer. Aí eu me lembrei de quanto tinha amado a cidade quando fui para lá em 2002. Há gringos que atravessam o oceano para ir ao Rio, e eu, que basta atravessar 350 km de Via Dutra não disfruto das maravilhas deste lugar. Assim que acabou o programa, falei para o Lu que eu iria entrar na internet para procurar um hotel. E foi assim que nós passamos o último feriado, pela primeira vez juntos na Cidade Maravilhosa!

Aí vão algumas dicas:

- Pão de Açucar: Vá no 1o. horário, assim que abrir - você não pegará fila e conseguirá tirar lindas fotos, sem ter de esperar as pessoas sairem da frente;
- Cristo: O trenzinho pra subir demora um bocado e é caro, se o seu tempo na cidade for curto, só o Pão de Açucar já vale a pena;
- Santa Tereza: Este bairro boêmio e antigo está na moda, eu particularmente adorei, mas estou certa de que não agrada o gosto da maioria. Subir de bondinho na minha opinião foi uma aventura única, e valeu até a espera de mais de uma hora na estação. A vista que há no restaurante do hotel Thereze (dica do programa da Discovery) é fantástica. Os bares e restaurantes com bossa nova são muito legais;
- O Bar Devassa de Ipanema é muito bacana;
- No domingo, caminhar ou correr do Leblon ao Arpoador, vale muito a pena;
- Vislumbrar a vista da Marina da Glória e Aterro do Flamengo é demais;
- O Jardim Botânico também é um passeio imperdível;
- Fizemos tudo de carro, com GPS. É bem fácil se deslocar no Rio, e bem sinalizado também.

Aproveitando que estou falando do Rio, vou contar umas coisas engraçadas que aconteceram quando estive lá em 2002: Desta vez eu fui de avião, peguei um vôo de SJC para lá (da TAM, na época tinha este vôo) e na volta, eles cancelaram o vôo e me mandaram pra Congonhas, sendo que de lá eles me mandariam de Taxi, junto com outros passageiros, para SJC. Bom, no vôo para Congonhas me colocaram na classe executiva, e adivinhem quem estava do meu lado? Galvão Bueno. Bem antipático por sinal, não me disse nem boa noite. Assim que desembarquei em SP, dei de cara com o Jorge Ben Jor. Eu disse: "Você!" O que o Galvão tinha de antipático, ele tinha de simpático. Se levantou na hora, veio me cumprimentar e disse, "Eu mesmo!" me deu um cartãozinho com a foto dele, uma dedicatória e ainda por cima me cumprimentou com beijinho! Depois ainda cruzei com a Suzana Vieira e com mais uns dois globais tipo "Malhação". Nunca encontrei tanta gente famosa junta! O aeroporto de Congonhas nos domingos à noite realmente é um point! Depois de chegar em casa de carro sendo que paguei pra ir de avião, 4 horas depois do previsto, nem estressei, foi divertidíssimo!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Fai la furba!

Não aprendi muitas palavras na viagem para a Itália: Grazie, Prego, Per favore... Mas a expressão Fai la Furba ficou na memória! Talvez, porque soa muito engraçado!
Estavamos viajando de volta à Italia, num trem de Zurique para Florença (já postei alguma coisa sobre essa viagem, de como conseguimos jantar nesta noite). Como era de costume nas viagens noturnas de trem, eu e minhas 3 companheiras de viagem corríamos para dentro do trem assim que era permitido o embarque para conseguirmos uma cabine vazia onde poderíamos nos acomodar melhor. Cada cabine tinha 6 assentos, 3 a 3 virados para o centro. Cada cadeira se abria um pouco, e se abríssemos as seis, ficava tipo uma "camona" onde nós 4 podíamos nos esticar e dormir relativamente confortáveis. A nossa tática para que ninguém quisesse entrar na nossa cabine era a seguinte: assim que entrávamos, já esticávamos as cadeiras, espalhavamos nossas mochilas, apagávamos a luz, e fingíamos que estávamos dormindo. Quando alguém abria a portinha procurando por um acento, a minha prima doida roncava bem alto para espantar o entrometido.
Bom, felizmente tivemos êxito em todas as viagens noturnas, pois conseguimos dormir deitadas e chegar ao nosso destino sem dores nas costas e prontas para um dia inteiro de exploração. O único susto que passamos foi na fronteira com a Itália. Era de madrugada, estávamos todas dormindo pesado pois já não havia perigo de ninguém querer entrar na nossa cabine e atrapalhar nosso conforto, quando de repente abriram a porta da cabine, acenderam as luzes e começaram a falar alto. Eram alguns policiais, oficiais, ou "sei lá o quê" da fronteira. Queriam ver nossos passaportes, mas como a grande maioria dos italianos, ao verem quatro mulheres, quiseram também fazer gracinha. Um começou a chamar o outro e em poucos segundos tinha uns 4 caras revistando nossas malas, perguntando se estávamos vindo da Holanda, derramando vidros de shampoo e perguntando se tinhamos drogas... É claro que estávamos incomodadas com a atitude invasiva, mas a minha prima parecia estar em choque! Estava num cantinho abraçada com a mochila dela, quando o cara virou pra ela e gritou: "fai la furba!" Logo depois eles nos deixaram em paz e passado o susto, perguntamos à minha irmã que falava italiano, "que é Furba?" e ela disse que era alguma coisa assim, tipo "Espertinha". Aí a expressão virou hit da viagem, tudo era "fai la furba".

sexta-feira, 27 de março de 2009

Memória seletiva



Nunca fui muito disciplinada para escrever.

Sabe quando você é criança e todas as meninas tem os seus "diários"? (Na minha época era moda aqueles com uma chavinha, nos aniversários a gente ganhava um monte!). Então, acho que na época eu devo ter começado a escrever uns quatro, mas nunca fui até o fim.

Já na adolescência o negócio era ter a tal da "agenda gorda". Eu explico este "gorda": a moda era colar de tudo nas agendas, frases e fotos recortadas da revista Capricho (quem não leu?), papel de bala que alguém te deu, bilhetinhos das amigas, ingresso do cinema, etc, etc, etc... Pois é, todo ano eu começava uma agenda. Passava horas fazendo uma capa legal, os primeiros dias do ano eram uma maravilha, mas antes de março acabar (nem lembro se cheguei tão longe!) a agenda já ficava esquecida.

Agora a ferramenta é o Blog. E estou tentando manter um certo rítmo na escrita neste aqui. O problema é que muitas coisas interessantíssimas aconteceram nestes 30 anos da minha vida, e infelizmente por falta de disciplina, não foram registradas nem no diário e nem na agenda...

Este blog como eu já disse antes é meu espaço de memórias, tudo que eu achar relevante relembrar e registrar será relembrado e registrado, mas é claro que sem uma ordem cronológica. Nem sei se vou conseguir me lembrar de tudo, nem se terei paciência de escrever tudo, mas vou tentar.

Uma vez a Irmã Diretora da minha escola (Irmã Dulce) foi nos dar boas vindas no primeiro dia de aula, e disse o seguinte: "Nós aprendemos muita coisa na escola, e ficamos preocupados em nos lembrar de tudo. Mas o nosso cérebro não foi feito para lembrar, e sim para esquecer, pois as coisas realmente relevantes a gente com certeza nunca esquece."

É claro que só vou me lembrar do que quero lembrar! ; )

segunda-feira, 23 de março de 2009

Passando fome na Europa

Este foi um dos dias mais engraçados da minha vida!
Quatro garotas de vinte e poucos anos, viajando pela Europa de trem. Não havia Euro ainda, e perdia-se bastante com o câmbio. Estávamos vindo da Itália, onde na época 1 real valia 1000 liras, e era bem barato para a gente. Para se ter uma idéia, dava pra comprar três "bottiglie" de vinho com 10000 liras, ou dez reais. Já na Alemanha e Suíça era diferente, o dinheiro bem mais valorizado que na Itália, e consequentemente albergues e alimentação bem mais caros. Fomos à Suiça para nos encontrar com alguns amigos em Zurique, mas acabamos nos planejando mal e ficando por lá mais tempo que o necessário. Em um dia já tinhamos visto tudo (a cidade é pequena, bonita, mas sem muitos atrativos), e ainda havia um dia inteiro até pegarmos o trem de volta para a Itália. A grana estava curta, mas como não tinhamos muitas opções, resolvemos pegar um ônibus para Lucerne e para os alpes, pois duas das meninas nunca tinham visto neve e queriam muito ver. Lembro que a passagem custou 100 dollares, que era todo o dinheiro que tinhamos para aquele dia. Resolvemos ir mesmo assim, pois podíamos passar fome, mas não podíamos deixar de ver os alpes!
Então tivemos que improvisar. No café da manhã do albergue, além de comermos feito loucas, enchemos nossas mochilas com o que dava. Até embalagenzinhas de patê que tinha um formato de salcicha e um gosto estranho pra burro. No meio da tarde, deu pra fazer um lanchinho! Ao regressar em Zurique, sabendo que passariamos a noite no trem, bateu a fome novamente. As quatro então juntaram todas as moedinhas de Franco Suíço que tinhamos nos bolsos para ver o que daria para comprar no supermercado. Para nossa surpresa, não dava para nada. Uma das amigas, super gente boa, mas bem patricinha, num tom dramático e com voz de choro, disse: "Nunca passei fome na minha vida!" É claro que começamos a gargalhar, e foi aí que começei a reparar que os carrinhos do supermercado para serem retirados, o cliente precisava colocar uma moeda de 1 Franco, a qual seria devolvida na hora que o cliente devolvesse o carrinho no devido lugar. Por sorte vários suíços ou eram bem preguiçosos ou não estavam nem aí para as suas moedinhas. Chamei as 3 e falei: "Fiquem de olho nos carrinhos perto do caixa que não foram devolvidos, tragam para mim!" Depois de uns 10 minutinhos deste trabalho "voluntário", já tinhamos mais que o suficiente para um bom lanchinho, que seria saboreado no trem, a caminho de Florença...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Priceless...

Ter a oportunidade de viver parte da infância em outro país é uma das coisas que não tem preço...

Aos 8 anos tive a chance de ir para Boston com minha família e viver lá por um ano.

Curiosamente foi o ano da minha infância que tenho as memórias mais nítidas. Lembro-me dos lugares, dos cheiros, da temperatura, dos sons... Aprendi muita coisa sobre a cultura americana e visitei diversos lugares num só ano. Tive a oportunidade de frequentar duas escolas diferentes, numa delas a maioria dos alunos eram filhos de imigrantes e na outra quase não havia crianças estrangeiras. Lembro-me claramente da sala de aula acarpetada e das carteiras agrupadas em pequenos grupos com um aluno de frente para o outro, bem diferente da disposição tradicional que eu estava acostumada no Brasil. Lembro-me da neve, de descer pequenos morros num "sled", de juntar latinhas de refrigerante e trocar cada uma por 1 nickel na grocery store. Lembro-me da minha irmã aos 12 anos ganhando um bom dinheirinho como baby-sitter (quem tem coragem de deixar suas crianças com uma estrangeira de 12 anos de idade que você nunca viu na vida??? lá tinha bastante gente!!!).

Este foi o ano de 1987 e começo de 1988. Chegamos ao aeroporto e nos deparamos com a neve (foi a primeira vez!), vivemos as quatro estações, fomos para NY, Florida, Disney, Montreal e muitos outros lugares interessantes. Visitamos a casa das bruxas de Salem, ao Museu das Crianças, Museu da Ciência, participamos do Helloween, fomos à casa que JKF viveu na infância, aprendemos quem foi John Hancock, e por aí vai...

Resumindo: Living in a foreign country when you are a kid is priceless...