terça-feira, 22 de setembro de 2009

Põe magnetismo nisto!

Já tinha ouvido falar várias vezes sobre o Magnetismo de Machu Picchu, mas nada como sentir na pele. Havia mais de um ano que eu estava planejando de ir ao Peru, já tinha praticamente decorado o guia. Quando finalmente tivemos uma brechinha, fizemos uma viagem rápida porém inesquecível. Talvez a melhor da minha vida!
A viagem começou em Lima, uma capital vibrante, como a maioria das metrópoles latinas que conheço. Segundo os limenhos, o tempo lá geralmente é encoberto, deixando a cidade um pouco cinzenta. Há vários indícios de que a cidade está se modernizando, principalmente pela quantidade de obras do governo. A razão disso deve ser porque Lima cediará os jogos Pan-Americanos em 2015. O bairro mais conhecido de Lima com certeza é Miraflores, mas gostei muito e recomendo uma visita ao Barranco, principalmente a noite. Há diversos bares e restaurantes e um mirante com uma vista magnífica do Pacífico.
O próximo destino foi Cusco. A cidade foi fundada pelos Incas, destruída e reconstruída pelos Espanhóis. Há vários sítios arqueológicos que merecem uma visita na região, e a cidade em si é sempre repleta de turistas do mundo inteiro. As ruas e praças estão sempre cheias e há uma diversidade enorme de bares e restaurantes.
A minha impressão com relação aos Peruanos é de um povo extremamente gentil e cortês, salvo quando estão ao volante. Neste caso, são piores e menos educados que os brasileiros.
De Cusco pegamos um trem até Águas Calientes ou "Machu Picchu Pueblo" que é uma vilinha que fica na base da montanha que se sobe para chegar à Machu Picchu. No primeiro dia subimos de ônibus e fizemos uma visita guiada na cidade inca. É indiscrítível a sensação que senti ao chegar no primeiro mirante no alto do morro já dentro do parque, de onde se tem a vista que sempre vemos em fotos (essa vista da foto acima). Eu me arrepiei inteira e meus olhos se encheram de lágrimas. Inexplicável.
Após passar o dia inteiro conhecendo e explorando as ruínas, voltamos à vila. Não havia luz há quase 12 horas, e a medida que foi escurecendo, a cidade foi ficando toda à luz de velas. Só se via pequenas chamas e lanternas nas cabeças dos gringos. Nem faróis, pois lá não entram carros. Foi super diferente! Fomos pra cama cedo, pois no dia seguinte acordaríamos as 3:30 da manhã, para subir novamente a pé a fim de chegar no parque antes do primeiro ônibus. Isso tudo porque queríamos estar entre as 400 pessoas que conseguem pegar uma senha pra subir a Wayana Picchu (só sobem 400 pessoas por dia).
3:30 da manhã, começamos a caminhada. A cidade ainda estava na escuridão, a energia não havia voltado. Levamos pizza da noite anterior para comer de café da manhã no meio do caminho. Foi também um dia único: a caminhada na madrugada, o esforço físico logo cedo, ir encontrando pessoas do mundo todo com suas lanternas no meio do caminho... Fomos uns dos primeiros a chegar na portaria do parque, e a fila só foi crescendo, até as portas se abrirem as 6 da manhã. Acreditem, pegamos as senhas 1 e 2 para a subida das 7 da manhã (os franceses que estavam na nossa frente optaram pela subida das 10)! Entramos na cidade inca praticamente deserta, e vimos o sol nascer. Fiz um pouco de yoga, e as 7 em ponto recomeçamos a subida, desta vez até o topo de Wayana Pichhu (essa montanha que se vê na foto). O visual mais lindo que já vi na minha vida. Uma paisagem simplesmente indescritível. No topo há pouco espaço, pois a montanha é bem aguda, e lá os turistas disputam o melhor ponto para uma foto.
Até hoje eu não consigo acreditar que eu fui a esse lugar! Parece mesmo um sonho!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Hemingway e os gatos de seis dedos

Na década de 1930 o escritor americano Ernest Hemingway viveu na Ilha de Key West no sul da Florida. Ele descreve o lugar assim: "It’s the best place I’ve ever been anytime, anywhere, flowers, tamarind trees, guava trees, coconut palms..."

De fato é um lugar maravilhoso, e quem estiver de visita à Florida deveria deixar de pensar em parques e compras por alguns dias e ir até lá. A beleza começa pela estrada, a US 1, da qual se vê o mar dos dois lados na maioria do percurso. A cidadezinha é agradável e calma, refúgio de muitos aposentados, mas também conta com vida noturna e é muito querida pelos gays. Não há prédios, as construções são de estilo colonial e muito bem conservadas. Há um grande porto, e um pôr do sol espetacular e animadíssimo (famoso no mundo todo e um dos mais bonitos que já vi, com aplausos e tudo mais). O ideal é alugar bicicletas e conhecer a ilha toda sobre duas rodas. Os taxis são cor-de-rosa!
Uma atração interessante é conhecer a casa onde Hemingway viveu, que hoje é um museu. Os guias da casa-museu são verdadeiros sósias do escritor. Na época que viveu lá, Hemingway ganhou um gatinho de presente e este gatinho tinha 6 dedinhos na pata da frente ao invés de 5. Como admirador de gatos, Hemingway teve aproximadamente 50 deles vivendo na casa durante o período que esteve lá. Hoje em dia, os descendentes do gatinho com "polidactilia" ainda vivem na casa, dormindo nos cômodos e perambulando entre turistas. Muitos deles ainda carregam o gene e possuem dedinhos a mais (sinal de boa sorte, como diziam na época de Hemingway). A fama de amante de gatos rendeu a Hemingway um lindo presente de seu amigo Picasso: uma escultura de gato em madeira, lindíssima. Se não me engano, a que está exposta na casa é réplica por motivos de segurança.