Tenho me divertido muito com o “multi-culturalismo” de Vancouver. Trabalhar com pessoas de diversas nacionalidades é no mínimo curioso. Estava trabalhando numa empresa que 70% dos funcionários eram extrangeiros. Minha mesa ficava próxima às mesas de duas coreanas, um colombiano, duas tailandêsas, uma chinesa, um brasileiro e duas japonesas. Sem contar com a russa, o turco, a iraniana, a árabe, e os outros orientais da sala ao lado. Eu escutava todas essas línguas durante o dia e já estava começando a adivinhar o que algumas palavras significavam! Só o chefão era canadense, e daqueles super conservadores. Quando eu estava conseguindo decorar nomes como: Niloufar, Nagham, Oguzhan, Mijin, Juhwa, Joylin, Min-Soo, etc, eu saí da empresa...
Eu sempre quis saber distinguir os orientais pela nacionalidade e finalmente estou ficando boa nisso! Pelas roupas, estatura, formato do rosto e dos olhos eu já consigo dar um bom palpite se a pessoa é do Japão, China ou Coréia. Os filipinos e tailandeses são os mais fáceis de distinguir. Pelos nomes também é fácil. Os sobrenomes japoneses geralmente são familiares para quem vem de São Paulo; os coreanos geralmente tem 3 nomes sendo que dois deles tem no máximo 3 letras. Infelizmente quando estou no transporte público exercitando minha brincadeira favorita "de onde aquele japa é" (japa aqui inclui todas as pessoas de olhos puxados) não consigo saber se acertei ou não, a não ser que eu comece a perguntar “Where are you from?” para todo mundo, e solte uns “I knew it!” ou “Damn it!” como resposta!
Voltando a falar da minha ex-empresa. Sendo uma empresa grande, com tanta diversidade cultural (e muita rotatividade também) a empresa criou um manual de regras e conduta profissional que o funcionario deve ler quando começa a trabalhar. No meu primeiro dia, fiquei na minha mesa lendo o tal do manual e me segurando para não dar risada… Não vou conseguir me lembrar de tudo o que o manual dizia, tinha coisas do tipo: “Higiene é muito importante. Escove os dentes, penteie os cabelos, tome banho todos os dias”. Na seção dressing code tinha até figurinhas de certo e errado. Mas o que mais me impressionou, foi a sessão sobre sexual harassment (assédio sexual). Tinha mais de duas páginas dando exemplos do que pode ser considerado como assédio sexual. É claro que não vou me lembrar de tudo, mas tinha coisas assim “são consideradas condutas de assedio sexual: fazer comentários sobre as roupas dos colegas, piscar, dar presentes, etc, etc, etc." Chegava a ser hilário…
Bom, tinha uma japonesinha que trabalhava la que parecia uma modelo de catalogo da Someday (minha ex-loja). Cada dia ela ia com um look mais descolado, daquele tipo que a gente acha lindo mas não tem coragem de usar. Dava vontade de tirar foto dos looks dela todo dia, e mesmo fashion desse jeito ela tinha um ar super profissional com os óculos estilo Rayban anos 80 de grau. Teve um dia que ela estava tão fashion e tão lindinha com um shortinho, meias até o joelho, salto alto, camisa e suéter gola V, que eu, muito espontaneamente virei para ela e disse “You look stunning today!”. Timidamente, o colombiano entrou na conversa com aquele sotaque característico que faz qualquer frase parecer um “galanteio” (de onde ue tirei essa palavra tão antiga?) dizendo: “I wanted to say the same thing, but, you know… the manual… sexual harassment…” A partir daí acho que a paquera intercontinental entre os dois engatou. Só espero que eles não sejam punidos e banidos da empresa, se não a culpa vai ser minha!
3 comentários:
kkkkkkkkkkk.... era essa a história do assédio????
adorei!!!!
e se fosse eu, tinha fotografado a japinha....
bjos
poxa, vamos contar mais causos por aqui e desempoeirar esse blog???
bjos!!
s
Hahaha...realmente chega a ser ilário mesmo Má...
Interessante sua tese de reconhecimento e distinção dos "japas", realmente eu tb gostaria muito de saber diferenciá-los, principalmente os coreanos dos chineses, que vivo dando fora os confundindo(o pior é que eles detestam né?? ) Rs..Bjks
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