segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um mês de vida estrangeira

Hoje completa um mês que cheguei a Vancouver. Os últimos 3 meses parecem ter sido surreais. Quando olho para trás e vejo o quanto de emoções vivi nesse tempo, parece ter passado uma vida inteira, mas em fast-forward. Por mais que eu viesse me preparando para a mudança há tempos, a quantidade de sensações inéditas e emocionantes foi tão grande que acho que minha mente mal pôde processar. As lembranças são como imagens de um trailer, imagens e sensações jogadas e desordenadas. O nó na garganta no meu último dia de trabalho, as lágrimas que saíram sem que eu pudesse controlar.  As inúmeras despedidas, a alegria de me sentir tão especial para tantas pessoas e ao mesmo tempo a tristeza de ter de me distanciar delas. O aconchego de voltar para casa dos meus pais por uns tempos, o sentimento de não ter mais casa. O desapego e a saudade. O alívio de deixar para trás coisas e rotinas que eu não queria mais. A impotência sobre o meu sono, o vidro de floral se esvaziando. O desespero de estar no meio de um furacão com mil coisas acontecendo ao mesmo tempo. A espera por documentos, o fugir da espera me desligando do mundo. Ter de fazer caber uma vida dentro de 3 malas. A tristeza de dizer adeus aos sobrinhos. "Por que a tia Marina tá chorando?". O frio na barriga e o medo de algo dar errado. Uma mistura de tristeza profunda e alegria imensa. O conforto de ter meu amor ao meu lado. A emoção de cumprir um objetivo. Explorar o desconhecido, encarar desafios. Ter medo, ter coragem. Descer degraus, começar do zero. Sentir alívio, sentir receio. Enterrar o passado, viver o novo. Explorar, sentir, amar.

Essa é minha nova casa.

Um comentário:

ciça disse...

Hj completa um mês que a minha BFF foi embora atrás de um sonho que hoje já é realidade.
Eu poderia escrever um post enorme também, falando do que eu senti nesses últimos 3 meses... Quantas despedidas nós fizemos... Eu perdi a conta. A cada compromisso que eu fui convidada antes de vc ir embora, e que eu não ia, pq ia em alguma festa me despedir de vc, ouvia "mas outra despedida da Marina? De novo?" E a gente continuou se despedindo até o último minuto. Claro que felizes, com festa, bebida e comida boa, do jeito que a gente sempre gostou. Mas, com o coração apertado de saber que agora, os encontros pessoalmente seriam anuais, ou via skype (viva o telefone dos Jetsons!). Arrependimento? Da sua parte, nenhum, claro... Mas da minha... Quantos! Qtas vezes deixei de ir pra Ubatuba com vc pq vi que ia chover? E pq não lembrei que todas as vezes que fui com chuva foi divertidíssimo, mesmo assim??? Qtos encontros a mais poderiam ter sido feitos?? Pelo menos, ficou a certeza de que TODOS os momentos juntos com essa amiga foram ótimos. A cumplicidade era tanta, que de repente,parece que ficamos parecidas fisicamente: Era chegar no seu apê e o porteiro nem perguntar quem eu era e interfonar: "- Dona Marina, sua irmã está subindo"....Eu e vc limpando o apê p vc se mudar depois de casar, e arrumando os presentes de casamento... Qto atrevimento|liberdade... Ia escolhendo as gavetas e armários p ajudar vc a guardar a suas coisas do casamento!!! E nas viagens, todos achavam que eram as irmãs com os maridos... Mas o mais engraçado foi recente!Uma amiga sua viu uma foto minha de criança e comentou: "Marina, que bonitinha vc pequena!!!! Lembro dessa época."
Só que era EU!!!
Esse meu comentário dava post, melhor parar por aqui!
SAUDADES E NA TORCIDA PELO SEU SUCESSO, SEMPRE!!! bjoooo